domingo, 25 de janeiro de 2009

Ciclo do Azoto

O Ciclo do Azoto serve para entendermos o que acontece a um dos produtos mais nocivos criados dentro de um aquário.


Os peixes, e em geral, todos os animais aquáticos, libertam produtos que em grandes quantidades são tóxicos. Um deles é o dióxido de carbono, cuja fórmula química é CO2. Mas se esse é facilmente eliminado pelas plantas ou pela própria agitação da superfície da água, há outros que não são... que é o caso dos produtos azotados (símbolo químico do Azoto é o N). Daí ser tão importante o Ciclo do Azoto ou Nitrogénio (outro nome para o Azoto). O azoto é produzido pelos peixes sobre a forma de Amónia (NH3/NH4+).

No início, o aquário só contém o areão, os filtros, o aquecedor e a água (admitindo que ainda não colocamos qualquer peixe). Ok, muito bem... não existem peixes a criar amónia (NH3/NH4+). E o ciclo para ser iniciado, tem de haver obrigatoriamente amónia na água do aquário... então o que é que se faz? Das duas uma... ou colocamos um peixinho resistente, ou deitamos comida para dentro do aquário de modo a termos amónia na água.

Então, é aqui que entram uns micro-organismo, em concreto, bactérias, que conseguem transformar essa mesma amónia em produtos menos perigosos...

Numa fase inicial, com o aparecimento da amónia no aquário, certas bactérias vão-se multiplicando pelo aquário que têm a capacidade de transformar a amónia em nitritos (NO2). Mas infelizmente para nós, e para os animais e restantes seres vivos, os nitritos não deixam de ser tanto ou mais perigosos que a amónia.

Com o aumento dos nitritos no aquário, outro tipo de bactérias benéficas vão começar a multiplicar-se, transformando esses nitritos em nitratos (NO3). Os nitratos, já são por sua vez bastante menos tóxicos que os nitritos e a amónia, e dependendo da sua quantidade no aquário e do peixe, são minimamente toleráveis.

Logo, é de extrema importância a criação de um filtro biológico (as tais bactérias) de modo a que qualquer amónia e consequentemente, nitritos formados pelos peixes sejam o mais rapidamente transformados em nitratos.

Como podemos então garantir que temos bactérias suficientes seja no filtro, areão e água para que os nossos peixes não tenham problemas?
Pois bem, a menos que possamos dar-nos ao luxo de analisar a qualidade bacteriológica da água do nosso aquário, não há maneira 100% fiável que nos diga que as bactérias existentes no aquário sejam suficientes para lidar com a amónia produzida pelos nossos peixes.

Daí que se recomende a introdução lenta de animais no aquário, de forma a que a criação das colónias de bactérias seja feita a uma velocidade razoável que permita a que os nossos peixes sobrevivam à criação destes produtos tóxicos.

Regra geral, deve-se começar por colocar poucos peixes no aquário para que por menos bactérias que a gente tenha, a amónia produzida pelos peixes não seja suficiente para os matar. Passadas 3 a 4 semanas a introdução dos primeiros peixes, podemos garantir que a tal colónia já é suficiente para lidar com os produtos azotados.

Mas mesmo assim, devemos sempre introduzir novos peixes de uma forma calma e em poucos exemplares de cada vez... pois uma coisa é chegarmos às 4 semanas e termos bactérias suficientes para lidar com a amónia produzida por, sei lá, 10 peixes iguais aos primeiros,e espetarmos de uma vez só mais uns 20 ou 30 iguais aos primeiros...
Não... devemos é introduzir os novos peixes, tipo 5 de cada vez 1 vez por semana, até chegarmos à lotação máxima desses peixes, que o nosso aquário consegue comportar.

E como descobrimos quantos peixes consegue o nosso aquário comportar? Bem... isso também não é uma pergunta fácil de responder, até porque há peixes mais resistentes que outros... mas de uma forma básica, podemos dizer que para cada centímetro de peixe em adulto, devemos ter 1 litro de água. Imaginem que têm um aquário de 50 litros, e têm peixes que em adultos cada um tem 3 centímetros. Uma boa aproximação é dividirem os 50 litros por 3... o que dá à volta de 17. Quer dizer, que para estarem numa situação de segurança, não deverão colocar mais do que 17 peixes nesse aquário.

Bem... isto é tudo muito giro, mas estamos a esquecer-nos de um pormenor... como é que os nitratos desaparecem do nosso aquário? Eles podem ser menos tóxicos que a amónia e os nitritos, mas não deixam de ser tóxicos, principalmente em concentrações superiores a 50 ppm (mais uma vez, depende dos peixes).

É aqui que entram as famosas TPA's (Trocas Parciais de Água). Esta é uma das maneiras de evitar que os nitratos atinjam valores problemáticos no nosso aquário, pois regra geral, estas são feitas com água que contém poucos ou nenhuns nitratos... outra é ter plantas que se alimentam desses mesmo nitratos... se bem que nesse caso é mais complicado, pois há muitos mais factores em jogo,e para alguém que se está a iniciar, não convém começar logo a falar em coisas mais complicadas.

Inicialização na Aquariofilia

O inicio na aquarifilia.

Muitos de nós já vimos aquários lindos, muito bem tratados e lentamente o bichinho de ter um aquário começou a crescer.
Este pequeno manual destina-se a todos os que já tendo o bichinho não sabem muito bem como iniciar e que equipamento precisam.
Isto passa por quase um manual à inicialização do hobbie.

Comecemos então pelo básico:

icon_arrow.gif Aquário
O aquário quer-se o maior que o nosso orçamento possa comprar.
O tamanho aceitável do aquário para se iniciar este fantástico hobby ronda os 60cm.
Um aquário de 60 cm não ocupa muito espaço, não é muito pesado, não fica demasiado caro e fundamentalmente é mais simples de manter estável e com os seus habitantes felizes.

icon_arrow.gif Filtro
Os peixes, como qualquer ser vivo têm necessidade de um ambiente limpo e livre de poluição. Num aquário o responsável por manter a água em condições é o filtro, que deve ter uma capacidade em L/h de cerca de 2 a 5x o numero de litros que o aquário leva e que normalmente é de um dos seguintes tipos:
- Interno: É um filtro que se coloca no interior do aquário. São normalmente baratos, embora tenham uma eficiência de filtragem reduzida e deve ser limpo todas as semanas.
- Externo (tipo mochila/cascata) : os filtros tipo mochila (HOB) são filtros que se penduram no aquário ficando o corpo do filtro no exterior. São mais eficientes que os internos e um pouco mais caros. Têm o inconveniente de poderem causar algum barulho de água a cair e de não se adaptarem a aquários que precisem de estar tapados. A limpeza dos filtros de mochila ocorre de 15 em 15 dias ou de 3 em 3 semanas.
- Externo (balde) : Os filtros externos de balde são os reis dos filtros. Altamente eficientes, capazes de filtrar o aquário e manter uma colónia de bactérias em boas condições. São normalmente bastante caros, aumentando o preço com a capacidade de filtragem. Os intervalos de limpeza variam desde 1 a 3 meses, dependendo da quantidade e tipo de peixes no aquário.

icon_arrow.gif Termoestato
O termoestato tem como objectivo manter a temperatura da água agradável para os peixes. É necessário em aquários de peixes tropicais e por vezes até em aquários de água fria pois mesmo sendo peixes de água fria, muitos não se sentem bem com temperaturas abaixo de 18ºC.
O termoestato deve ter uma potencia entre 0,5 e 1W por cada litro de água, depende essencialmente se a divisão em que o aquário vai ficar é muito fria ou não.

icon_arrow.gif Iluminação
A iluminação permite-nos ver os nossos peixes, simular a variação entre o dia e a noite e claro está, fornecer luz às plantas aquáticas.
Também aqui existem valores de referência e a iluminações deve rondar os 0,5 a 1W por litro de água, dependendo fundamentalmente das plantas que vamos ter.
Se não quisermos plantas então uma iluminação fraca chega, desde que dê para ver os peixes.

icon_arrow.gif Substrato
O substrato é o fundo do nosso aquário. Pode ser areia fina, pode ser areão grosso, podem ser substratos especiais para plantas. Devem-se evitar os substratos coloridos com cores fortes pois perturbam os peixes e dão um ar muito artificial a algo que se quer o mais natural possível.
A areia/areão pode ser recolhida na natureza, devendo ser bem lavada e fervida antes de colocar no aquário.

Tendo todo o material básico pronto e instalado é hora de meter a água no aquário e passar a tópicos mais avançados.

icon_arrow.gif Química da água - Ciclo do azoto
Este é um factor muito importante que a maioria dos novatos descura. O ciclo do azoto é o responsável pela manutenção de todas as condições de vida no aquário.
No fundo o que o ciclo faz é converter a amónia resultante da urina dos peixes e dos processo de decomposição em nitritos e posteriormente em nitratos.
Esta conversão fica a cargo de bactérias que no inicio de vida de um aquário não existem ainda em quantidade suficiente e que precisam de tempo para se estabelecerem.
O ciclo inicia-se normalmente colocando UM peixe no aquário e monitorizando os níveis de amónia, nitritos e nitratos.
O ciclo termina quando após ter existido um pico de amónia, seguido por um de nitritos , a amónia e os nitritos atingem valor 0 e os nitratos apanham um pico.

icon_arrow.gif Química da água - Testes.
Falou-se anteriormente de amónia, nitritos,nitratos. Estes valores são medidos com recurso a testes químicos. Existe uma grande quantidade de testes no mercado, alguns fundamentais, outros nem por isso.
Assim temos como fundamentais/aconselhados:
PH - Este teste mede o nivel de acidez/alcalinidade. O ph determina o tipo de peixes e também o grau de toxicidade da amónia, é por isso um teste fundamental.
NH3/NH4 - Este teste mede a amónia no aquário. É fundamental.
NO2 - Teste de nitritos. Não é fundamental porque com o de amónia e o de nitratos podemos controlar bem o fim do ciclo do azoto.
NO3 - Teste de nitratos. Fundamental. O nivel de nitratos diz-nos quando devemos fazer TPA's e ajuda a perceber fenómenos como booms de algas ,etc.

Depois temos outros testes que se utilizam em estágios mais avançados no hobby:
KH - Mede a dureza carbonata. Este teste permite saber se a nossa água tem uma dureza carbonata elevada. Águas com muita dureza carbonata têm PH elevado e torna-se difícil de o fazer baixar.
GH - Mede a dureza da água. Este teste permite saber se a nossa água é muito ou pouco mineralizada. Alguns peixes preferem águas muito mineralizadas, outros preferem água muito pouco mineralizadas.

icon_arrow.gif Peixes icon_smile.gif
Bom... chegando aqui, depois de já ter comprado todos os equipamentos, feito o ciclo e percebido os testes, chega a hora de pensar nos peixitos.
Normalmente aqui o pessoal estampa-se de novo porque compram olhando à beleza e fazem misturas "indevidas" ou colocam peixes a mais.
Uma das regras pilar deste hobby indica que devemos ter uma relação de 1cm de peixe adulto por cada litro de água.
Assim um peixe de 5cm em adulto precisa de 5l de água, o que significa na prática que 10 peixes de 5cm "enchem" um aquário de 60cm (têm cerca de 52 a 54L).
Importante é que os peixes a colocar sejam compatíveis e se dêem bem com a água que temos.

Se leram isto até aqui, parabéns. Já têm as noções básicas de aquariofilia. Agora é aprofundar e lançar-se à aventura neste maravilhoso mundo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


Imagem de uma estante de aquários que vou transformar numa bateria para invertebrados.

Irão ficar todos unidos, foram furados na lateral para que a água possa passar de uns para os outros.

Na parte debaixo vai aparecer uma sump, que servirá de filtro para os cerca de 240 litros de água.





Esquema da circulação da água dentro da bateria...




















Uma foto da bateria já em funcionamento, mas, só com os dois aquas superiores com o areão, pronto para levar os camaões...

Nasceu o meu blogue....

Pelo ar e pelo mar é o nome escolhido para o meu blogue que nasceu hoje dia 16 de Janeiro de 2009.
Pretendo mostrar algo que vou aprendendo sobre as aves e os aquários que tenho, as espécies que mantenho e muitas mais coisas interessantes que existem neste fascinante mundo da Ornitologia e da Aquariofilia.
Na obstante irei falar também de tudo um pouco...